Este foi um dos últimos desafios de reabilitação que me foi proposto. Um espaço térreo de uma das mais importantes e antigas moradias do centro histórico de Angra do Heroísmo, zona classificada pela UNESCO como património mundial da humanidade, desde 1983.
O projecto, idealizado e gerido por um jovem casal – ele fisioterapeuta, ela arquitecta e minha colaboradora aquando a elaboração do projecto – teve, desde o seu começo, todos os ingredientes necessários para um futuro sucesso: uma boa localização, um espaço com alma própria e dois promotores jovens, porém com a clara noção de que “um caminho se faz caminhando”.
Com um plano funcional previamente definido, o traçado do projecto fluiu de uma forma muito natural. Balizado por um baixo custo de investimento, de início estimado para a obra, a intervenção arquitectónica foi estudada em cada detalhe e em cada escolha, prevalecendo sempre a convicção de que a imagem do local seria, por um lado o cartão de visita de uma nova empresa, por outro a memória visual e espacial de gente, atravessando fases difíceis das suas vidas, ao longo de um processo de reabilitação, mais ou menos longo.
“Reabilitado para reabilitar”. O pleonasmo que conquistou um espaço e um novo sentido em 2013.
Luís Bettencourt, arquitecto